Boina Preta

A origem da boina preta como cobertura militar característica das Unidades blindadas e mecanizadas remonta à 1ª Guerra Mundial. Naquele conflito surgiu o carro de combate, máquina de guerra desenvolvida pelos ingleses para romper o imobilismo das frentes de combate e retomar a ofensiva, sendo empregado com sucesso ao longo do rio Somme. Os primeiros carros de combate eram viaturas pouco confiáveis ,muito apertadas e incómodas, que apresentavam constantes avarias. Durante a operação e manutenção destes carros, o uniforme dos integrantes da guarnição permanecia constantemente sujo, com manchas de óleo e de graxa. Durante o emprego operacional dos carros de combate naquele conflito, os ingleses perceberam a necessidade de substituírem o velho capacete de aço, por uma cobertura que proporcionasse maior agilidade e conforto à guarnição embarcada. A boina, que já era utilizada pelas tropas de montanha, tornou-se alvo da observação dos comandantes militares da época, que sensibilizados com os problemas da tropa blindada, resolvem adoptá-la em substituição aos capacetes de aço. A cor preta foi seleccionada para a boina a ser utilizada pelas guarnições de blindados, pois mostraria ao mínimo as inevitáveis manchas de graxa e óleo geradas durante o trabalho com os veículos, dando uma melhor apresentação à tropa. O valor prático desta peça do uniforme foi reconhecido por vários exércitos, passaram a adoptá-la como cobertura dos integrantes de suas unidades blindadas. Desde o momento em que se tornou peça do uniforme dos britânicos, o seu uso generalizou-se e, actualmente, a boina preta é utilizada em diversas Forças Armadas como cobertura característica das tropas blindadas e mecanizadas. Símbolo da harmonia entre o homem e a máquina de batalha, a boina preta representa uma tradição de quase um século e identifica o soldado que, sempre ao lado da tecnologia, supera os desafios com coragem e determinação.

No Exército Português, os militares de cavalaria usam uma boina preta, com duas fitas, uma amarela que representa a glória, e outra vermelha que representa o sangue.